Orientações do Manual CBIC
Em seu manual de indicadores, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) aponta diretrizes para que pequenas e médias empresas possam prever produtividades de materiais e mão de obra em seus empreendimentos.
A produtividade da mão de obra pode ser avaliada pela razão unitária de produção (RUP), dada pela razão entre o número de homens hora despendidos (Hh) e a quantidade de serviço realizado (QS). Já o chamado consumo unitário de materiais (CUM), é definido como a razão entre a quantidade de materiais adquiridos e a quantidade de serviço realizado.
No caso de sistemas de referência como o SINAPI, a produtividade de mão de obra corresponde à chamada RUP cumulativa, que representa o desempenho ao longo do tempo de execução, incorporando perdas médias de eficiência.
Com as quantidades de serviço e os preços dos insumos é possível obter os custos diretos estimados para a obra. O manual de indicadores recomenda que o orçamento de custos diretos para estruturas de concreto armado seja realizado segundo uma visão analítica e de acordo com os serviços de fôrmas, armação e concretagem.
Na visão analítica, o projeto é dividido em partes com características similares. Assim, pode-se considerar separadamente a torre do edifício e seu entorno, bem como pavimento térreo, pavimentos tipo e cobertura, por exemplo. A partir das características de cada região da estrutura é possível consultar composições, como aquelas disponíveis no SINAPI, e extrair valores de RUP e CUM.
A divisão dos serviços em tipologias similares permite que sejam obtidos indicadores para consumo de material, mão de obra e custo por unidade de serviço para cada parte da obra. Esses dados podem auxiliar gestores em processos de tomada de decisão no planejamento, na orçamentação e na execução de novos empreendimentos.
A adoção de indicadores de custo por m² construído e m³ de estrutura teórico para fôrma, armação e concretagem possibilita às empresas construtoras comparar diferentes projetos e compreender como especificidades interferem no consumo de recursos e no custo de cada parte da obra.
Fonte:
Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC. Manual Básico de Indicadores de Produtividade na Construção Civil - Volume 1 - Relatório Completo. Brasília-DF, maio de 2017.