SICRO e o cálculo do fator de influência de chuvas
Ao planejar uma obra de infraestrutura de transportes é muito importante conhecer as condições climáticas da região.
O Fator de Influência de Chuvas (FIC) foi proposto pelo SICRO em 2017 para ser aplicado sobre o custo unitário de execução (mão de obra e equipamentos) das composições de custos de serviços afetados pela ocorrência de chuva em cada estado.
É importante destacar que o custo unitário de execução, sobre o qual é aplicado o FIC, consiste na divisão do custo horário de execução de determinado serviço e pela produção da equipe calculada na mesma unidade de tempo.
O fator considera a natureza da atividade (fa), a permeabilidade do solo (fp), o escoamento superficial (fe) e a intensidade das chuvas (nd), esta última relacionada ao percentual médio de dias paralisados em função da precipitação, sendo calculado por:
Os serviços que podem ter seus custos unitários ajustados em função da influência das chuvas são listados no Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes do DNIT e possuem fa variando entre 0,25 e 1,50. As composições de custos do SICRO indicam quando o FIC é aplicável.
A permeabilidade é característica considerada máxima em solos arenosos e mínima em solos argilosos. Quando não existem dados a este respeito, o fator de permeabilidade adotado deve ser de 0,75.
O escoamento superficial refere-se ao deslocamento da água na superfície quando a taxa de infiltração é superada. O SICRO sugere valores para este o fator em função da declividade transversal do terreno. Na ausência de informações detalhadas, deve-se adotar um fator de escoamento superficial de 0,95.
O SICRO apresenta também a opção de uma tabela com fatores médios de intensidade de chuvas, calculados para cada unidade da federação e baseados em valores médios observados nos postos pluviométricos.
O orçamentista deve avaliar se o adicional FIC calculado está condizente com o comportamento hidrológico da região da obra ou se existe a necessidade de adaptações seguindo os dados de estações pluviométricos mais próximas ao local dos trabalhos.
Fonte: DNIT. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes – Vol. 01 Metodologia e Conceitos, 2017.