O fator de influência de tráfego no SICRO
O fluxo de veículos pode ser responsável por diminuir a produtividade de serviços quando se trata de obras rodoviárias, especialmente aquelas localizadas próximo a centros urbanos.
A questão levou à criação do chamado Fator de Interferência de Tráfego – FIT, proposto em 2017 pelo SICRO.
Segundo o Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes, o FIT incidirá sobre todos os serviços que estejam sujeitos efetivamente à interferência do tráfego. É o caso de obras onde existe a necessidade de interditar a pista ou de desenvolver medidas de segurança para prevenção a acidentes, como restauração rodoviária, construção de terceira faixa, melhoramentos e adequação de capacidade.
A definição do FIT é feita em função do registro médio da movimentação de veículos em uma determinada seção de rodovia em 24 horas (Volume Médio Diário - VMD) e da proximidade de centros urbanos. Na fase de elaboração do projeto, o percentual FIT pode ser aplicado exclusivamente sobre o custo unitário de execução dos serviços (mão de obra e equipamentos).
O VMD é estimado por métodos de contagem de veículos no local, que podem ser manuais ou automáticos. O Manual de Estudos de Tráfego do DNIT afirma que os órgãos responsáveis pelos sistemas de transporte rodoviário devem planejar as contagens nas áreas sob sua responsabilidade, construindo uma base de apoio a contagens para planos de expansão e manutenção.
O SICRO estabelece critérios de adoção da parcela do FIT relacionada ao VMD estimado. O sistema considera baixa a interferência de tráfego causada por um volume médio diário de 2.000 veículos (movimentação de aproximadamente 1 veículo por minuto). Nesse sentido, a parcela do FIT referente ao VMD deve obedecer às seguintes relações:
- Se VMD < 2.000 → FIT = 0%;
- Se 2.000 ≤ VMD ≤ 11.000 → FIT = [(VMD - 2.000) / 600] %;
- Se VMD > 11.000 → FIT = 15%.
Já a parcela correspondente aos custos de interferência de tráfego devido à proximidade de centros urbanos é estimada em um percentual de 5,0%. Para a aplicação desta parcela do FIT, deve-se considerar a proporção entre a extensão dos segmentos sob influência do centro urbano e a extensão total do segmento de projeto.
Durante a elaboração do orçamento, deve-se acrescentar a parcela do FIT referente aos momentos de transportes, quando conhecidas as distâncias de transportes.
O SICRO admite a aplicação de um FIT de até 20% no orçamento, no caso de segmentos com elevado volume médio diário de tráfego e próximos a centros urbanos. Em situações excepcionais, no entanto, o percentual máximo do FIT pode ser superado, sendo justificado por uma análise particular das condições locais.
Fonte: DNIT. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes – Anexo 01/2017.
DNIT. Manual de estudos de tráfego. Publicação IPR – 723.