Causas de imprecisão nos orçamentos
Por mais preciso que seja um orçamento, é comum que ocorram variações entre o que foi previsto e o que foi realmente executado.
Conforme publicação do Tribunal de Contas da União (TCU) de 2014, existem diversas causas que geram imprecisões ao estimar o custo de uma obra.
Arredondamentos de valores, por exemplo, podem resultar em desvios consideráveis se aplicados sobre grandes quantidades de um determinado insumo. Eventos como greves, furtos de material e mudanças climáticas também afetam o prazo e os custos de uma obra.
Os motivos de variação podem envolver ainda a previsão de custos unitários e a quantificação dos serviços. São utilizadas aproximações para se chegar a custos de referência para mão-de-obra, materiais e equipamentos empregados nos serviços.
As estimativas de custos unitários fazem uso de produtividades médias e simplificam custos relacionados a consumo, depreciação e manutenção de equipamentos. Por isso, quando são contabilizados os valores reais obtidos no canteiro é natural que não haja uma correlação exata entre os números.
Alguns serviços apresentam incertezas intrínsecas à sua natureza, como é o caso da cravação de estacas de concreto, o que influencia para que as estimativas iniciais de quantitativos não sejam tão precisas.
A precisão do orçamento também é afetada pelo tempo, por isso sua validade está relacionada à data-base de sua elaboração. Ao longo do tempo, fatores como inflação e flutuação de preços de insumos são responsáveis pela defasagem dos custos orçados.
O nível de detalhamento do projeto está diretamente relacionado à precisão do orçamento. Segundo o Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (IBRAOP), orçamentos analíticos definitivos usados na fase de projeto executivo devem apresentar uma faixa de precisão com variação de até 5% para mais ou para menos.
É importante notar que a margem de erro do orçamento não constitui risco para o construtor e, portanto, não deve ser incluída no BDI de obras públicas.
Fonte:
Brasil. Tribunal de Contas da União. Orientações para elaboração de planilhas orçamentárias de obras públicas / Tribunal de Contas da União, Coordenação-Geral de Controle Externo da Área de Infraestrutura e da Região Sudeste. – Brasília: TCU, 2014.
Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (IBRAOP). Orientação Técnica OT - IBR 004/2012 Precisão do Orçamento de Obras Públicas.